SIMPLESMENTE FRANCISCO


(Imagem da Internet: ttps://www.acidigital.com)


Morreu o Papa Francisco. Assim foi anunciado nas notícias que surpreenderam e abalaram o mundo. Apesar da idade e da doença, é como se, na realidade, ninguém estivesse à espera deste desfecho.

Desencarnou o Papa Francisco, assim dizemos nós, espíritas, ou melhor ainda, desencarnou Francisco, designação que melhor se adequa à simplicidade com que sempre se vestiu na vida e na “morte”. Simplesmente Francisco. O representante supremo da Igreja Católica, “Sumo Pontífice”, assim era designado na sua função. Mas simplesmente um homem. Simples, humilde, humano, solidário, um verdeiro missionário do Cristo, em suma, um Cristão. Um Cristão na verdadeira aceção da palavra, preocupado em espalhar as sementes do Evangelho, do qual a Igreja que representou anda tão e há tanto tempo arredada.

Conheci, ao longo desta minha existência, cinco Papas. Mas, segundo creio, nunca se falou tanto e de forma tão emotiva da “morte” de um Papa. Nunca, pelo mundo, circularam, nos tempos que se seguiram ao desaparecimento físico, tantas frases, dizeres, apelos, conselhos, imagens, sorrisos, que a todos comovem e fazem pensar, refletir, querer seguir. Não foi amado por todos, evidentemente. Talvez, até, seja detestado por muitos, disso não tenhamos dúvidas. Nem de outro modo poderia ser. Jesus não foi amado por todos. Foi compreendido por poucos. E mesmo por esses não foi compreendido inteiramente. Mas esses poucos sentiram de tal modo a energia do Amor que estava implícito na sua Doutrina que conseguiram a força necessária para espalhar a semente da Boa Nova pelo mundo e fazer com que chegasse até aos dias de hoje, passados dois milénios. Francisco tinha esse dom. O dom de levar o Amor do Cristo aos mais simples e humildes, aos sofredores, aos desprezados da sociedade, aos incompreendidos. Esta atitude não agrada a todos porque mexe com as forças do poder terreno, colide com os interesses mesquinhos e redutores de muitos, não compactua com o orgulho, a vaidade e a avidez do poder instituído, seja político, seja religioso, ou de outros setores da sociedade. Mas, por isso mesmo, talvez tenha a capacidade de abalar convicções e desfazer “enganos” que nos têm afastado da essência da Doutrina do Cristo. A sua expressão “todos, todos, todos” é de uma força e coragem sem limites, por isso é poderosa e ficará, com toda a certeza, para a história da Humanidade. Ficará, de certeza, impressa nos corações de milhões ou bilhões de pessoas, por esse mundo fora. Sim, atrevo-me a acreditar nisso. Vi e ouvi gente de todos os quadrantes, de todos os credos e confissões religiosas falar de Francisco com carinho, respeito, admiração pura, como ainda não tinha visto acontecer com nenhum outro representante do Catolicismo. O sentido pesar pelo seu desaparecimento do mundo terreno tem um cunho de sinceridade visível e tocante. O seu desencarne constitui uma perda para os mais diversos setores humanos. Vi, inclusive, muitos que se dizem ateus, falar, pela primeira vez, em espiritualidade e em “enviados” para espalhar a Luz e o Bem. Enviados de quem?, poderemos perguntar. Enviados de um Deus em que afirmam não acreditar? É como se, por instantes, as convicções de alguns que teimam em ser descrentes começassem a ser abaladas. Deus permita que sim. Que a semente deste Papa, que gostava de se ver como simplesmente Francisco, germine e dê fruto.

Por que razão, decidi, neste artigo falar de alguém que nem sequer é espírita? Importa assim tanto o facto de não o ser? Jesus disse: Fora da igreja não há salvação? Não. Fora da verdade não há salvação? Não. Jesus alertou: Fora da Caridade/Amor não há salvação. Foi esse o aviso do Mestre. Penso que Francisco cumpriu bem esse desígnio e é um exemplo para todos nós, católicos, evangélicos, ortodoxos, muçulmanos, budistas, espíritas, ateus… A todos ele acolheu com amor e igual deferência. Todos, todos, todos, estamos irmanados na mesma busca da felicidade e na busca de Deus. Como ele dizia, as religiões são os diversos caminhos de buscar a Deus. Sabemos nós, espíritas, que já percorremos outros caminhos, ao longo dos milénios, até chegarmos ao estado de compreensão atual. E mesmo aqui chegados, temos ainda um longo caminho a percorrer até nos podermos considerar, efetivamente, Cristãos.

Não é fácil ser Cristão. Não era fácil no tempo dos apóstolos do Cristo que palmilharam “meio mundo” para espalhar o Evangelho. Não foi fácil combater a ignorância, a descrença, o poder religioso instituído que se sentiu lesado e via a simplicidade da mensagem cristã como uma afronta à Lei Moisaica e o poder político de Roma que a via como afronta e desrespeito aos seus deuses. Não foi fácil enfrentar o martírio e a morte, mas tudo encararam com a força das suas convicções, na certeza de que o que ensinavam era algo maior do que tudo porque provinha do Mestre que lhes prometera uma vida feliz no Seu Reino. Os apóstolos foram uns vencedores.

Lamentavelmente, com o passar dos séculos a mensagem por quer tanto lutaram e sofreram deu origem a religiões e a institucionalização levou à desvirtualização, à digladiação entre si, à imposição pela força, levando dor e sofrimento onde deveria levar amor, luz e alegria. E nós, espíritas que hoje reprovamos essa realidade e nos esforçamos por repor as verdades cristãs relembradas pelos Espíritos, onde estávamos no tempo do Cristo? Onde estávamos no correr dos séculos de exemplos religiosos cunhados pelo negativismo, erros e enganos? Nós estivemos lá. Estivemos com o Cristo, mas afastados dele. Estivemos por lá, vimos, ouvimos e não entendemos, ou não quisemos entender por éramos daqueles a quem a mensagem não convinha. Não me admiraria que tenhamos sido dos que gritaram “Crucifiquem-no!”. Ou dos que perseguiram, ensovalharam e condenaram os mensageiros cristãos. Fomos dos que, acoitados à sombra de igrejas e religiões (fossem elas quais fossem, não me refiro a nenhuma em específico), contribuímos para a ignorância humana, separámos, excluímos, aprisionamos, em vez de espalhar a semente libertadora que deveria fazer deste mundo um lugar bem melhor para todos, todos, todos, como gostava Francisco de dizer. Por estarmos altamente endividados é que hoje estamos imbuídos da incumbência de renovar ideias e espalhar luz onde antes espalhamos escuridão. Mas, continua a não ser fácil ser Cristão, nos dias de hoje. Se já não somos perseguidos por torturadores que nos martirizem fisicamente, porque, a maioria de nós vive em sociedades onde impera a liberdade de expressão e ação, essa liberdade continua a ser relativa, porque não é fácil enfrentar a desconfiança e o olhar de viés perante opiniões, ideias e ideais que não condizem com os institucionalmente aceites.

Francisco teve o condão de não ter medo. Apresentou as suas ideias e sugestões de vida deforma simples e humilde, mas com firmeza e convicção, sem medo de desagradar. É, disso não tenhamos qualquer dúvida, Ser de Luz, um Espírito Superior que encarnou na Terra para desempenhar uma missão sublime de tentar imprimir um sopro de vida na Igreja de que foi Pontífice, mas muito mais do que isso. Foi um Apóstolo do Cristo a semear o Evangelho sem medo, tal como fizeram os Apóstolos do início do Cristianismo.

E nós, Espíritas? Conseguiremos ser Luz no meio da escuridão, levar Amor onde impera o ódio, Esperança onde alastra o desespero, Fé raciocinada e esclarecida onde a fé cega semeia ignorância e fanatismo? Que o Mestre Jesus nos dê força no caminho porque a empreitada é dura. E nos ajude a conquistar a humildade, alegria, bondade e coragem de Francisco.


O CONSOLADOR PROMETIDO

 

Imagem da Internet (https://www.casadejesus.online/)

Tudo iluminando com seu fulgor,

Ao jeito de imensa estrela cadente,

Eis que os Espíritos do Senhor,

Socorrendo a Humanidade carente,

 

Dos Céus à Terra descem, com amor!

A promessa a cumprir-se, veemente.

O Consolador, do Mundo Maior,

Esclarecendo o coração e a mente:

 

De onde vim, aonde vou, que faço aqui?

Porque sofro? Que destino é o meu?

Uma vida?... Vidas em pluralidade?...

 

A mensagem do Mestre que esqueci,

Ao alcance do cristão e do ateu,

Apontando o caminho da Eternidade!

 

Maria de Lurdes Duarte


AS VIRTUDES DOS CÉUS

 


“Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos.”

(O Espírito da Verdade, in Prefácio de

 O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec)

 

Que vozes serão estas que ecoam

Pelo Espaço Infinito e nos trazem

Mensagens intensas que a todos doam,

Desmentindo a morte dos que jazem


Nos sepulcros? Dos Céus à Terra voam,

E com suas notícias rarefazem

Distâncias entre os mundos que povoam

A Casa do Pai. Essa doce aragem


A dulcificar-nos os corações,

São, pois, os Espíritos do Senhor

Portadores de sublimes lições,


Ofertando, em lucilas vibrações,

O socorro do mais intenso Amor

Às nossas incertezas e aflições.



A FORÇA DO PENSAMENTO

 

“Orai e Vigiai” (Jesus, Mateus, 26:41)

Para o crente de qualquer credo religioso a convicção do valor da Prece ou Oração, como queiramos chamar ao ato de nos colocarmos em sintonia com as Forças Maiores da Vida, é fundamental. Entretanto, a compreensão sobre o que acontece durante esse ato, a forma como deve ser feita e o seu alcance difere, consoante o entendimento mais ou menos lúcido com que é apresentada pelos diversos credos.

Para uns é uma comunhão direta com o próprio Criador; para outros uma sintonização com o Universo; para uns não passa de fórmulas “mágicas” que se vão repetindo de forma mecânica e rotineira, e que, mesmo sem que haja absoluto entendimento do seu significado, servem para cumprir um dever religioso; para outros, são palavras saídas do coração e da necessidade de cada um, através das quais visamos ser ouvidos por Deus ou pelo Universo, conforme a conceituação individual; para alguns, usa-se a prece quando estamos na condição de necessitados e nos lembramos de Deus; para outros é uma tentativa de negociação com a Divindade (prece/promessa/eu faço se me atenderes); para uns carece de dia, hora e lugar apropriado (igreja, templo…) para ser feita e ouvida; para outros é uma comunhão total que independe de logísticas ou palavras, pode ser apenas e simplesmente pensamento.

E para si, o que é a Prece? Para si o que significa Orar?

            O que significa a Prece, de acordo com os postulados Espíritas?

Para entendermos esta questão, e para melhor compreendermos o conselho do Mestre Jesus “Orai e vigiai”, em todo o seu significado, é importante que tenhamos em consideração alguns aspetos prévios.

O Fluido Cósmico Universal

Encontramos várias referências a este Fluido na Codificação.

“A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários”; “(…) a matéria elementar primitiva, cujas modificações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza” (A Génese); “(…) desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita” (O Evangelho segundo o Espiritismo); “(…) o princípio elementar de todas as coisas” (O Livro dos Médiuns).

Podemos dizer que tudo quanto existe se origina neste Fluido, ele é a matéria elementar primitiva, que tem a sua origem em Deus. É nele que o pensamento se expande, ele serve-lhe de veículo, como o ar é o veículo do som. Mas, ao contrário deste último, que é limitado no espaço, as vibrações do Fluido Universal ampliam-se ao infinito. Deste modo, é através destas vibrações que, pelo pensamento encarnados e desencarnados entram em comunicação. É através dele que, pela força da nossa vontade, o nosso pensamento percorre as regiões do infinito e vai de encontro à quele ou àqueles a quem a nossa Prece se dirige.

Diz-nos Kardec que “É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos onde quer que eles se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e as relações que se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.”

 É através desse fluido que a prece, ou um simples pensamento é recebido por aqueles com quem nos afinizamos e que nos ouvem e acorrem a atender-nos. Essa ideia vale para as Forças do Bem, mas também para os irmãos sofredores ou ignorantes que, recebendo os nossos pensamentos negativos ou maldosos, também eles acorrem ao nosso encontro. A Lei de Afinidade vale para o bem e para o mal. Temos sempre connosco aqueles que chamamos pela força dos pensamentos que emitimos em redor e que são transportados através do Fluido Universal.

Estando em constante sintonia com tudo o que nos rodeia, jamais estamos sós. Sem que nos apercebamos, temos a presença constante, junto de nós, daqueles que chamamos pelo pensamento, mesmo que não seja essa a nossa intenção direta. É necessário que tenhamos consciência de que, quando deixamos as ideias vaguearem sem rumo, estamos a emitir intenções, fazer planos, percorrer distâncias, viajar até forças que se “alimentam” das nossas ideias, tendo, inclusive, capacidade para as pôr em prática, muito mais do que nós mesmos, ou até do que gostaríamos que acontecesse. Dizemos, muitas vezes “Eu não fiz, foi só um pensamento”, sem imaginar a força que esse pensamento poderá ter tido e os desenvolvimentos que poderão ter havido a partir dele. Também dizemos que “Parece que o meu pensamento foi lido por alguém”, sem ter noção do quão verdadeira poderá ser essa afirmação.

A necessidade de sintonizar com as Forças do bem

O “Orai e vigiai” de Jesus prende-se com essa ideia. Vigiai as vossas atitudes; vigiai as vossas ações; vigiai os vossos desejos e aspirações; mas, vigiai também o vosso pensamento. O que pensais percorre o espaço e vai ao encontro de quem pode tornar real o que pensais.

Dada esta enorme força e poder do pensamento, e a rapidez com que se propaga e desencadeia ações reais, é grande a necessidade de sintonizarmos com as Forças do Bem, que nos podem proteger, amparar e ajudar nas boas realizações. Pela Prece, construímos barreiras de proteção contra as forças negativas que nos invadem e contra os pensamentos invasores. Pela Prece, fortalecemos a vontade e colocamo-nos aptos a receber as inspirações do Bem. Pela Prece, colocamo-nos em sintonia com a Alta Espiritualidade.

Todos sabemos que atravessamos um período complicado na senda evolutiva da Terra e na nossa própria evolução. É tempo de fazer escolhas. É tempo de escolher as companhias com quem queremos permanecer e caminhar. E sabemos, porque a Doutrina que abraçamos nos ensina e nos proporciona abençoadas reflexões, que as companhias que nos devem preocupar não são as exclusivamente encarnadas na matéria. São companhias muito mais abrangentes, invisíveis aos nossos olhos, mas vivas, pensantes, inteligentes e atuantes, prontas a influenciar-nos e a ser também por nós influenciadas.

Falámos, acima, dos pensamentos invasores. Importa termos presente que, havendo a possibilidade de influenciação por forças diversas, nem sempre o pensamento que nos acorre de imediato, perante uma ou outra circunstância, será inteiramente de nossa autoria. Como identificar e distinguir o que/não é nosso? Como nos precavermos contra os que são de influenciação externa? Como afastar o que não nos convém?

Jesus tem a resposta. Jesus é a resposta. Orai e vigiai, foi a solução que nos apontou.

Maria de Lurdes Duarte, março de 2025


ESTAMOS PREPARADOS PARA 2025?

 

(Imagem da internet: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/)

O ano de 2024 terminou e é já chamado de ano velho. Um novo ano começou. 2025 chegou, cheio de esperanças renovadas, promessas de renovação e votos de realização dos mais diversos sonhos.

Apenas mais um dia no calendário e no entanto… um ciclo que se encerra e outro que inicia. É a vida, na sua intensa e imparável caminhada, a seguir em frente, na ânsia de empurrar o tempo e se renovar a cada instante, plena de anseios que se aprofundam em cada novo ciclo. A vida é assim. Feita de ciclos. Em cada um que se inicia, fazemos a nós próprios a promessa de mudanças: mudança de hábitos, de atitudes, de limpar pensamentos e atos de tudo o que é velho e de que nos queremos libertar. Vivemos na esperança de cultivarmos em nós o Homem novo, o que a cada ano será mais saudável, mais ativo, mais dinâmico, mais inovador, e acima de tudo, mais feliz.

É o que todos queremos, neste início de ano. Que este 2025 nos coloque um pouquinho mais perto da felicidade. Um pouquinho, pelo menos, mas se puder ser muito, melhor ainda. Embora a noção de felicidade seja subjetiva, relativa a cada um de nós, o desejo de alcançar é comum a todos. Atrevo-me a dizer, até que é comum a todos os seres da Criação, e não apenas aos humanos. Conseguiremos fazer deste um ano melhor, mais feliz? Depende de cada um, e de todos ao mesmo tempo. Vivemos vidas de relação, em que é impossível alcançar algo a não ser de uma forma solidária, em que todos e cada um lute pela sua e pela felicidade dos outros. Talvez seja isso parte do que nos está faltando: percebermos que não conseguimos atingir os nossos objetivos sozinhos, que é no relacionamento com os outros que se obtêm as realizações mais válidas e duradouras.

O Mundo carece de relações positivas, pautadas pelo equilíbrio e pela harmonia, que levem à conquista da Paz. E não falo apenas da Paz entre Nações, falo também da Paz interior e da Paz entre pares diretos, sem as quais a “Paz no Mundo” de que tantas vezes falamos, é um estado impossível de alcançar. Não passaremos de palavras se as ações não nos levarem a sair da concha de proteção contra o Outro, como se o Outro fosse o inimigo. Não é. O nosso inimigo somos nós, as nossas inseguranças, os nossos medos, os nossos preconceitos, as nossas ideias ultrapassadas, individualistas, repletas de fobias. Estou cada vez mais convencida que as fobias que temos do Outro, são apenas a fobia de nós próprios. Temos medo de tudo o que é diferente porque estamos pouco ou nada seguros de nós mesmos, dos nossos ideais, das nossas convicções, do nosso real valor.

Vivemos uma época de mudanças. E não é só de ano do calendário. Cada vez as mudanças são mais aceleradas e drásticas. Cada vez os ciclos se fecham com maior rapidez, sem esperar pelos 365 ou 366 dias do calendário. O Mundo está a mudar. Nós estamos a mudar. Deste modo, a passagem de um ano velho para um novo, e a consequente renovação de propósitos, adquire novos significados. Mas, será o caso de deitar tudo o que é “velho” fora? O que somos e o que fomos até aqui define o que viremos a ser no futuro. Ano Novo é tempo de reflexão, de autoanálise, de aproveitar tudo o que temos sido como uma aprendizagem válida, necessária e imprescindível. Nada seremos de bom se não pegarmos em tudo o que somos e não aprendermos com tudo isso. Tanto os acertos como os erros são passos importantes para a aprendizagem da vida. Sim, porque a vida é apenas uma aprendizagem. Nada mais do que isso. Vivemos para aprender. Erramos porque estamos apenas a aprender, somos imaturos e inconsequentes. Acertamos porque, apesar de tudo, já aprendemos algo, já colhemos a partir do erro e crescemos.

Se é preciso mudar… mudemos. Erramos? Procuremos acertar na próxima. Acertamos? Congratulemo-nos e sigamos adiante, que ainda estamos longe de ser perfeitos. Temos necessidade de pedir desculpa? Façamo-lo. Sem hesitações. Lembremo-nos da vida de relação e dos relacionamentos positivos imprescindíveis à caminhada da vida. 2025 poderá ser o ano de viragem. É o que prometemos a nós mesmos no início de cada ano. Este não foge à regra. Será, certamente, um ano de colheita de tudo o que temos sido até ao instante atual, a colheita de nós mesmos. Será, com toda a certeza também, um ano de novas sementeiras para mais tarde colher. Disso não poderemos fugir. “A sementeira é livre, mas a colheita é obrigatória”. O que quer isto dizer? Quer dizer que semearemos o que quisermos e colheremos o que semearmos.

2025 será um ano de realizações. Essa é uma certeza. Que género de realizações? Boas? Más? Está nas nossas mãos decidir. E levar as decisões até ao fim, que é o mais difícil. Votos de um excelente 2025 para todos nós!

Maria de Lurdes Duarte, janeiro de 2025

EVOLUÇÃO... OU REGRESSÃO?


Somos constantemente confrontados com esta questão, quer nas nossas reflexões pessoais, quer em conversas com amigos e conhecidos. São muitas as observações que vamos fazendo do mundo, e as interpretações dos acontecimentos que nos afligem e preocupam.

Perante o atual estado da situação mundial, não é, realmente, difícil ceder à tentação de pôr em causa a crença de que o mundo e a humanidade estejam a progredir. São as guerras intermináveis entre povos, que parecem suceder-se umas às outras, sem que se estabeleça uma paz duradoira… São o racismo e a xenofobia, que levam os países a fechar fronteiras e erguer muros… São as lutas por um pedaço de chão que, enganosamente, achamos pertencer-nos por direito… são os crimes de violência doméstica e maus tratos contra crianças, a entrar-nos pela casa a dentro através dos meios de comunicação social… É escravatura negra ou branca… O desrespeito pelos direitos dos outros… A miséria ao lado do luxo extremo… A prepotência das maiores potências mundiais, indiferentes à miséria que grassa mesmo ao lado… Os desastres ambientais e a destruição do planeta, devido à busca incessante de lucros desenfreados… As tecnologias modernas ao serviço da destruição das relações humanas, em vez de ser foco de aproximação… As redes sociais ao serviço da maledicência e do exibicionismo, quando poderiam e deveriam ser recurso para a partilha saudável…

 Poderíamos ficar, interminavelmente, a desfiar o rol de sinais que nos fazem perder alguma fé no mundo, e perguntar: Mas em que está o Homem a transformar-se? É isto o progresso?

Poderá a Doutrina Espírita, de alguma forma, ajudar-nos a manter a esperança e a compreender o mundo tal como hoje se nos apresenta? Certamente que sim. Se aprofundarmos o seu estudo, encontraremos na Codificação valiosos recursos que auxiliarão a análise dos acontecimentos e ideias atuais e orientarão a necessária reflexão.

 Sim, porque é reflexão que está a fazer falta, em muitos setores da Sociedade. Estamos, de certa forma, a habituar-nos a agir por impulso, sem refletirmos nas consequências dos nossos atos. Vivemos esquecidos do que verdadeiramente nos trouxe a este mundo, nesta vida. Digo “esquecidos”. Esta é a palavra certa. Ninguém, sejam quais forem as suas crenças, ou falta delas, tem a desculpa de “não saber”. Todos já nascemos, morremos e renascemos neste mundo, vezes incontáveis. Não é, para nenhum de nós, a primeira vez. Todos assumimos, mais uma vez, como tantas outras, tarefas, missões, compromissos, de vária ordem, em função do que teríamos de aprender, saldar, emendar, nas nossas personalidades tendenciosamente afeitas mais ao Mal do que ao Bem. Todos, ao voltar, mais uma vez, à vida terrena, buscávamos corrigir e aperfeiçoar a nossa personalidade e aprender a viver de acordo com as Leis de Deus, por reconhecermos que só elas nos facultarão uma vida plena e feliz. Todos estudámos e aprendemos, antes do regresso, todos nos preparámos para o mundo que iríamos encontrar e para as tarefas que teríamos de desempenhar. Se falhamos, mais uma vez, é porque nos deixamos cegar pela matéria e preferimos o esquecimento. É sempre mais fácil dizer “Se eu soubesse! Se tivesse sido esclarecido!” Mas não somos marinheiros de primeira maré.

Perdemos tempo precioso e, com isso, estacionamos, contribuindo para o progresso tão lento desta Humanidade a que pertencemos, e que poderia estar já numa posição melhor, se nos empenhássemos nesse propósito. Todos, sem exceção, já que, se estamos aqui e agora, é porque pertencemos a esta ordem de coisas e dela necessitamos para a nossa própria evolução.

Façamos, então, uma breve reflexão, tomando como recurso o capítulo VIII, Lei do Progresso, no seu ponto II, Marcha do Progresso.

779. O homem tira de si mesmo a energia progressiva ou o progresso não é mais do que o resultado de um ensinamento?

- O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma maneira; é então que os mais adiantados ajudam os outros a progredir pelo contacto social.

778. O progresso moral segue sempre o progresso intelectual?

- É a sua consequência, mas não segue sempre imediatamente.

780-a. Como o progresso intelectual pode conduzir ao progresso moral?

- Dando a compreensão do bem e do mal, pois então o homem pode escolher. O desenvolvimento do livre arbítrio segue-se ao desenvolvimento da inteligência e aumenta a responsabilidade do homem pelos seus atos.

780-b. Como se explica, então, que os povos mais esclarecidos sejam frequentemente os mais pervertidos?

- O progresso completo é o alvo a atingir, mas os povos, como os indivíduos, não chegam a ele senão passo a passo. Até que tenham desenvolvido o senso moral eles podem servir-se da inteligência para fazer o mal. A moral e a inteligência são duas forças que não se equilibram senão com o tempo.

Vemos, pelas respostas dos Espíritos às questões colocadas por Allan Kardec, a necessidade de sublinhar o facto de inteligência e moral dificilmente andarem a par. A inteligência precede a moral. É necessário que assim seja para que o Homem tenha a capacidade de discernimento que o leve a bem usar o livre arbítrio e consiga compreender e tirar conclusões a partir das consequências dos seus atos. Vemos que atualmente a nossas sociedades estão a atingir culminâncias intelectuais, em que o conhecimento, a tecnologia, a ciência, evoluem a passos largos. Falta-nos aprender a usar todo esse conhecimento de forma a beneficiar e melhorar as condições de todos, em vez de nos guerrearmos. Colaborar em vez de competir. Amparar em vez de descriminar. Em suma, falta-nos vencer o orgulho e o egoísmo que nos separam e entravam o progresso pessoal e social.

Outro aspecto que chama a atenção nas respostas dos Espíritos, é o que se refere à colaboração dos mais adiantados em relação aos menos evoluídos. É o real motivo para nascermos e vivermos em sociedade: partilha, colaboração, necessidade de aprendermos uns com os outros, quer colhendo os bons exemplos, quer pela observação dos erros e suas consequências que nos ensinam, levando-nos a evitar o que não serve porque provoca sofrimento. Para toda essa aprendizagem, precisamos da ação do tempo, que levará ao equilíbrio entre inteligência e moral.

781. É permitido ao homem deter a marcha do progresso?

- Não, mas pode entravá-la algumas vezes.

783. O aperfeiçoamento da Humanidade segue sempre uma marcha progressiva e lenta?

- Há o progresso regular que resulta da força das circunstâncias, mas quando um povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempos a tempos, um abalo físico ou moral que o transforma.

O que é dito sobre a marcha do progresso dos povos, aplica-se igualmente à marcha individual. Temos a escolha nas nossas mãos. Podemos progredir pelo estudo, pela prática do bem, ou seja, pelo conhecimento e o amor, ou podemos necessitar dos abalos que a vida nos coloca no caminho, como chamada de atenção, ou seja, pela dor. Somos os artífices do progresso, quer pessoal quer da Humanidade terrena da qual fazemos parte.

A Lei de Progresso não permite regressões. O que conquistamos é nosso. Mas… por quanto tempo mais estacionaremos num patamar de expiação e prova, quando a estrada evolutiva é longa e se estende à nossa frente com as promessas de felicidade e bem-aventurança apresentadas pelo Mestre Jesus? A escolha é nossa. Quando o mérito exceder a necessidade de expiação, quer a Terra, na sua generalidade, tenha avançado ou não, Deus nos colocará no lugar adequado ao nosso estágio evolutivo. Mas, pelo contrário, a Terra poderá avançar sem nós. Se assim for, seremos nós a ser afastados para mundos menos evoluídos onde a nossa consciência continuará a ser trabalhada, pelo contacto com aqueles com quem nos afinizamos e com quem deveremos colher experiências enquanto colaboramos com os conhecimentos e qualidades que porventura tenhamos já adquiridos.

Como diz Léon Denis, no seu livro “O porquê da vida”, “É conforme seus atos com as leis superiores que o homem trabalhará eficazmente pelo seu próprio melhoramento e pelo da sociedade… Quando se compenetrar da grandeza da sua missão, o ser humano saberá desprender-se melhor daquilo que o rebaixa e abate; saberá governar-se criteriosamente, preparar pelos seus esforços a união fecunda dos homens numa grande família de irmãos”. Que bom será quando nos compenetrarmos disso!

Mais uma vez, a escolha é nossa. Estudemos, trabalhemos, afinizemo-nos com o Bem, enquanto estamos a caminho. Para isso, temos os ensinamentos do Mestre. Para isso, temos a Doutrina dos Espíritos. Não deixemos de aproveitar tão valiosos recursos!

 

 

 

 


 

A Pedagogia do Amor

 

(Crédito da imagem: jornaldacidadegv.com.br/)

            Quanto mais investigo e estudo os acontecimentos ligados a Jesus, as suas atitudes e ensinamentos, mais a sua personalidade me fascina.

            Se continuasse convicta da divindade do Mestre, como ser especial parte de um Deus tripartido, como a religião da minha infância me ensinou, não conseguiria admirar mais este Ser magnífico do que hoje o faço, olhando-o como o Homem que foi.

Sinto profunda gratidão pela Doutrina Espírita que me “abriu os olhos” para a realidade de uma fé raciocinada, que me faz entender que Deus, o único Deus do Universo, é um ser único e indivisível, e que o Seu Filho é um filho que, como todos nós, igualmente Seus filhos, foi criado simples e ignorante e que, através das experiências vivenciadas ao longo dos muitos milénios, cresceu, se aperfeiçoou e chegou a uma perfeição e posição espiritual que, também um dia, pelo nosso próprio esforço, haveremos de alcançar.

Jesus em nada perde da sua especialidade ao ser visto como o Homem que foi. Um Homem grandioso, sublime, sábio, amável até ao limite, capaz de perdoar aos ofensores que amava incondicionalmente, independentemente da sua origem social, mas que reprovava severamente o erro. Um Homem, que na sua grandiosidade e sabedoria, cultivava a humildade sem submissões desajustadas e castradoras, porque não deixava nunca de aproveitar todas as oportunidades de recriminar as injustiças e os atropelos aos direitos humanos, tão comuns na sua época e, incrivelmente, tão presentes ainda nas sociedades atuais.

Li, recentemente, uma frase que, para mim, resume brilhantemente a ideia que tenho de Jesus, numa obra do psicólogo, psiquiatra e psicoterapeuta brasileiro Augusto Cury, “Autocontrolo (2016): “Nunca ninguém tão grande se fez tão pequeno para tornar os pequenos grandes”. Efetivamente, esta humildade do Mestre atrai-me. Quem maior do que Ele passou e viveu na Terra? Como Ele mesmo explicou, já estava à direita do Pai quando este mundo terreno surgiu, foi seu cocriador com Deus, é o seu Governador Espiritual, obedecendo diretamente às ordens Divinas. No entanto, nunca ninguém mais humilde por aqui passou e, simultaneamente, nunca ninguém teve tal poder de influenciar multidões, até aos dias de hoje, com a Sua Doutrina de Amor.

Não foram os “milagres” que fizeram Dele grande, embora, de certo modo, tenham servido para alavancar o despertar de um povo simples que, naquele tempo, primava pela ignorância intelectual. Mas eram, para além de tudo, um povo desesperado pela dor, pelas injustiças de que era alvo, pela exclusão e miséria social. Um povo que, no meio da dor e do desespero, recebeu o chamado do Amor.

Jesus tinha um método pedagógico infalível: a pedagogia do Amor. Em todos os Seus gestos e palavras transparecia um Amor incondicional pela Humanidade em geral e por cada um daqueles que cruzavam o Seu caminho, desde os discípulos aos mendigos e sofredores em busca de cura, consolo e esclarecimento; desde o ser mais miserável do ponto de vista da sociedade da época, passando pelos pecadores e gente de “mau nome”, até aos privilegiados socialmente, que, sem deixar de alertar para a vida enganosa que viviam, o fazia com a maior doçura e mansidão.

Não só preconizava que todos somos iguais perante o Pai, como tratava todos com a mesma deferência, equidade e justiça, tornando-se, com esse modo de proceder, o grande percursor da “moderna” e tão apregoada inclusão. Não houve, na realidade alguém mais inclusivo do que Jesus. Muito tem a aprender a moderna pedagogia com o exemplo e ensinamentos desse grande Mestre, e muito aprenderá quando se der ao trabalho de seguir os Seus passos. Toda a Sua mensagem de Amor e toda a Sua vida pública, tão repleta dos maiores exemplos de como atuar de acordo com o que se ensina (relação teoria-prática), deveriam ser a grande base para qualquer método pedagógico que se pretenda vivo, dinâmico, inclusivo, formador de cidadãos plenos.

Como estão longe os nossos métodos, que julgamos tão modernos e atuais, dessa pedagogia do Amor ensinada e vivida por Jesus, infelizmente!

Usar esta pedagogia, tomando o Mestre como referência, pautar a nossa atuação, perante as crianças e jovens que temos como missão encaminhar, nas escolas, nos jardins de infância, no seio das famílias, nas associações e agremiações desportivas, em qualquer lugar e situação em que somos chamados a viver e conviver com esses seres em formação, deveria ser o propósito de qualquer educador, professor, pai, mãe, dirigente, etc. Esquecemo-nos ou, infelizmente, nem sequer pensamos muito nisso, que o grande objetivo da educação, seja intelectual, moral, espiritual ou social é encaminhar para Deus os seres chegados à Terra, via reencarnação. Se Deus é Amor, é impossível chegar até Ele por outra via que não seja o Amor. 

Achamos que amamos os nossos pequeninos, e, efetivamente, amamos, mas de um jeito muitíssimo imperfeito e equivocado. Esquecemos, constantemente, o propósito da sua chegada ao nosso seio familiar e ao meio educativo onde os recebemos. Esquecemos o que é essencial e insistimos no supérfluo de um materialismo desregrado, insistindo em dar-lhes aquilo que nós próprios consideramos útil e imprescindível do ponto de vista de uma vida passageira e acelerada, educando-os para a competição, a ascensão social e, desde bem cedo, ensinamos que a felicidade só é alcançada a custo do “ter”, relegando o “ser” para um plano acessório. Essa forma de educação não é uma estratégia adequada, porque faz deles seres em busca do imediato, não os prepara para as realidades que vão ter de encarar ao longo da caminhada como seres imortais, afastando-os do real sentido da vida e levando-os a estacionar em vez de evoluir. Afasta-os dos objetivos com que reencarnaram e torna as metas a que se propunham, aquando do planejamento espiritual, muito mais distantes mais do que seria suposto e desejável.

Por outro lado, métodos educativos demasiado severos, frios, calculistas e pautados por regras desajustadas e insensíveis, o que também é mais frequente do que nos poderia parecer, não se adequam ao mundo de Amor que pretendemos construir. Este mundo de Amor, em que imperará o bem, parece-nos cada vez mais afastado da realidade atual. Se, por um lado, isso nos parece desse modo devido à dificuldade de abarcar o tempo milenar que a humanidade já viveu e “esquecemo-nos” muito das realidades do passado, não deixa de ficar também a dever-se à nossa incompetência como educadores, que não temos sabido conduzir devidamente as gerações que temos tido a nosso cargo. O Amor não é algo que se ensine exclusivamente através de palavras, embora a palavra seja também um imprescindível veículo pedagógico. Só se ensina verdadeiramente a Amar, amando. Jesus, desde cedo, aliou as palavras de sabedoria às atitudes demonstrativas desse Amor. Ensinou como fazer, fazendo. Em três anos de vida pública, ensinou e demonstrou conceitos e ideias que ficaram até aos dias de hoje e ficarão pela eternidade fora, sempre com a mesma adequação ao momento que corre, como se tivessem sido trabalhados para cada instante exato em que deles necessitamos.

Não é à toa que consideramos Jesus o Mestre dos Mestres. Grandes mestres e grandes pedagogos se têm sucedido na história terrena, mas mais não foram do que percursores do Grande Mestre dos Mestres. A sua vida, simples e humilde, funciona como um verdadeiro manual de pedagogia que não sai de prazo, não desatualiza e há de resistir ao avançar das ideias de todos os tempos.

Augusto Cury, supracitado, no seu livro “O Mestre Inesquecível, Jesus” (2013), que tem como foco formar educadores tomando com exemplo o trabalho do Cristo, chama-lhe o Mestre da Sensibilidade, da Vida e do Amor. É interessante ver como este autor, palestrante e formador, que não é espírita e, até há bem pouco tempo, se considerava ateu, se tem dedicado, nos últimos anos, ao estudo da personalidade de Jesus. Nos seus livros, da série Análise da Inteligência de Cristo, dedicada a esse tema, afirma: “Aprendi com o Mestre da Sensibilidade a navegar nas águas da emoção, a não ter medo da dor, a procurar um profundo significado para a vida e a perceber que, nas coisas mais simples e anónimas, se escondem os segredos da felicidade. Aprendi com o Mestre da Vida que viver é uma experiência única, belíssima, mas brevíssima. E, por saber que a vida passa tão depressa, sinto necessidade de compreender as minhas limitações e aproveitar cada lágrima, sorriso, sucesso e fracasso como uma oportunidade para crescer. Aprendi com o Mestre do Amor que a vida sem amor é um livro sem letras, uma primavera sem flores, uma pintura sem cores. Aprendi que o amor acalma a emoção, tranquiliza o pensamento, incendeia a motivação, rompe obstáculos intransponíveis e faz da vida uma agradável aventura, sem tédio, angústia ou solidão. Por tudo isto, Jesus Cristo tornou-se, para mim, um Mestre Inesquecível” (itálicos nossos). A dedicação ao estudo da personalidade do Mestre e as conclusões que desse estudo lhe advieram são um bom exemplo do que poderemos colher se nos aprofundarmos no conhecimento dos Seus ensinamentos, veiculados pela palavra e pela exemplificação do Amor.

No “Livro dos Espíritos”, de Alan Kardec, a pergunta 625 foi apresentada aos Espíritos nos seguintes termos: “qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?”. A resposta foi dada numa única e significativa palavra: “Jesus”. Temos, nesta resposta, o resumo daquilo que a Humanidade precisa para avançar na caminhada evolutiva. Temos aí o mote para a adoção da estratégia educativa de Jesus, a Pedagogia do Amor, que nos ajudará a impulsionar as novas gerações a trabalhar na construção da sua personalidade e, consequentemente, na construção de um mundo melhor.

 

Bibliografia

Allan Kardec; O Livro dos Espíritos.

Augusto Cury; Autocontrolo.

Augusto Cury; O Mestre Inesquecível, Jesus.

 

 

 

 

 

 


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